Estela M Oliveira
Sou o lavrador, a semente e o adubo, sou a flor e o fruto da Cidade Sinfonia!
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Textos
A gosto de "Casa de mãe"
                         A gosto de  “Casa de mãe “


         Acredito que um índice muito pequeno possa discordar de tudo o que sinto e penso sobre “casa de mãe”. Uns não puderam vivê-la na plenitude, para outros foram-lhes negado o direito de usufruí-la. Em qualquer situação é muito triste porque casa de mãe tem significados especiais. Àqueles que sentiram ou  ainda vivem nesse ambiente deixo-lhes um  retrato das minhas memórias.
    Casa de mãe tem cheiro de amor:  vindo do bolinho de frango frito em reunião de família; do café coado ao alvorecer; da fumaça do fogão à lenha; do lençol lavado com amaciante floral;  da toalha de banho que foi guardada junto a essência do sabonete de lavanda. Basta fechar os olhos e apurar as memórias olfativas: o perfume vindo do jardim florido de camélias e do melão maduro da roça. Ainda posso sentir o cheiro da revista Seleções recebida mensalmente e do livro novo ganho como presente de Natal.
    Casa de mãe tem cor: das paredes pintadas  com cores pastéis; das aves coloridas no terreiro disputando o milho jogado no chão;  do vermelho rubro das rosas do jardim;  das rosinhas brancas de Santa Luzia, que serviam de remédio caseiro para os olhos;  da água límpida tirada da cisterna; do caldo vermelho do feijão cozido diariamente.
       Casa de mãe tem sabor: do arroz com frango temperado com alho e alfavaca da horta;  da salada de pepino e “berdoega”; de pipoca estourada para o café da tarde; do chá de erva cidreira para ser tomado à noite com bolachinha Maria;  do chá de erva santa-maria no leite para matar as lombrigas; do bife de bisteca de boi frito com a banha de porco; da maçã argentina dividida em seis pedaços, um para cada filho.
        Casa de mãe tem som: dos gritos dos galos da vizinhança; das batidas de panelas na pia;  do alvoroço dos pardais ao fim da tarde; dos mugidos das vacas no curral esperando o momento da ordenha; do som do vento nos ciprestes anunciando a chuva; da batida da porteira trazendo o pai de volta do passeio à cidade; tem o “som do silêncio” das madrugadas rurais.
       Casa de mãe tem amor gratuito: sem hora, sem licença, sem palavras, sem reserva! De janeiro a dezembro, fazendo uma pausa no último dia do mês de agosto, para registrar essas memórias! ♥️🌹🙏

Estela Maria de Oliveira
31/08/24
Estela Maria de Oliveira
Enviado por Estela Maria de Oliveira em 31/08/2024
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